quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Num Piscar Dos Meus Olhos.

Num Piscar Dos Meus Olhos.

Sabe quando você percebe que o dia está mais lindo do que nunca? Que você é o ser humano mais feliz do mundo? E que nada pode destruir sua alegria? Assim eu estava me sentindo, quando de repente, num piscar dos meus olhos, meu mundo mudou numa velocidade que nem acreditei, quando abri os olhos, foi algo inusitado, rápido e incomparável.
Eu percebi tudo diferente, inclusive eu não era mais o mesmo!
O que era alegre ficou triste, o dia nublou geral e eu estava, digamos, quebrado, literalmente quebrado!
Manhã inesquecível é assim, tudo muda!
Na verdade, a mudança não era uma surpresa, porém era dolorosa, que diga o meu corpo que sofria com a outra parte do meu corpo sangrando, meus olhos não queriam enxergar, mesmo assim, as lágrimas refletiam as dores, minhas mãos tremiam nervosamente num frenesi desesperado, e minha fala eram gemidos de aís e uís!
Continua a nuvem nebulosa num calor sertânico,  como aquele que faz na cidade de Patos, piorando ainda mais, a visão era de um desastre num quadro de uma pintura que retrata uma obra de Picasso.
Eu, senhor de meus passos agora era guiado por mãos estranhas, por vontades alheias, sem entender ou saber eu obedecia cada pedido como uma ordem do destino, assim fui, preso a um momento, escravo de um motivo bestial, causado por uma pessoa negligente e no mínimo desatenta.
Diante dos olhares piedosos, lacônicos e curiosos permaneci ali deitado, a minha visão era distorcida pela situação do meu corpo na horizontal, com uma visão de um céu escaldante e belo, ironicamente, fui perguntado: está tudo bem? Não estava mesmo, braço com fratura exposta, perna com fratura da tíbia até o calcanhar, não podia está bem, não é verdade?
O filme que vi foi um drama de saldo positivo, pois eu estava vivo, eu falava, eu pensava e o melhor, não estava só! Muitos chegaram.
Eu vi nos olhos dos que me socorriam um semblante assustador, todos pareciam decepcionados, pois eu estava bem, ou não estava tão mal quanto deveria está, e as perguntas eram, morreu? Quebrou o pescoço? Como foi que aconteceu? Será que ele escapa? Foi quando o canto da ambulância anuncia sua chegada e acaba com qualquer possibilidade de uma situação pior!
Assim foi minha quarta, 28 de novembro de 2012, as 10:30 horas de uma bela manhã!

Léo Brasil 20 dez 2012.